Santana do Araguaia se perdeu no tempo, já não sabe a diferença de progresso e regresso, segue a teoria de que todos os caminhos levam para um mesmo lugar e que inferno e céu são as mesmas coisas, depende do ponto de vista.
É Santana, a tua política se tornou mais suja, até então corrupção era excessão, hoje corrupção é regra, foi institucionalizada nas bases governistas e em suas alianças, um passado que resiste em passar, mais e outra vez...
Os teus bêbados, que ninguém amparou, deitados em tuas esquinas onde a luz do poste apaga, acende e apaga de novo, como estrela no céu, mas sem a mesma beleza, sem a mesma poesia. Os teus cachorros magros, que ninguém cuidou, viram latas de lixo em busca de algum alimento, com fome, a mesma fome de teu povo que um dos poucos poderes de mobilização é uma festa fuleira no bar da esquina, onde dificilmente não sairá alguém ferido, as vezes morto, onde aprendemos a beber cedo, a viver depressa e morrer jovens, talvez numa queda de moto na volta pra casa, sem CNH, sem capacete, mais um a habitar a cidade dos pés juntos (como diria minha avó).
A tua educação, a exemplo de boa parte do país, não prepara ninguém pra "porra nenhuma," -desculpe a expressão- é tão eficaz quanto fazer simpatia na entrada do Ano Novo e sonhar os mesmos sonhos e não realizar nenhum. A tua saúde parece doente, o artigo 331 do Código Penal nos diz que tipo de atendimento teremos no seu recinto.
Tudo bem Santana do Araguaia, cidade esperança no extremo sul do Pará, Pará? Esse é um detalhe que eu devia ter esquecido ou fingido não lembrar, não porque quero esquecer minhas raízes, mas porque quero esquecer que fomos esquecidos, essa é a nossa herança maldita. A única chance que tivemos, mesmo que remota, de nos apartar desse mal, os coronéis da política paraense acharam uma brecha pra burlar a Lei regida pela Constituição Federal (eles sempre acham um brecha que sirvam os seus interesses), e não só a parte interessada votou, votou também a parte desinteressada. Eramos um canto do Pará lutando contra um país inteiro. Vi estudos de economistas do Rio de Janeiro, de São Paulo, dos quinto dos infernos se opondo a divisão do Estado, uns desgraçados (mais uma vez me desculpe o termo) que nunca colocaram os pés nessa região, que nunca trafegaram pela BR 155 que liga Redenção a Marabá fazendo malabarismo, não trafegaram na BR 158 que liga Santana do Araguaia a Redenção onde temos que atravessar mais de 20 pinguelas onde as obras estão paradas a décadas, muito menos pela PA 411, que liga o Pará ao Tocantins, 45 km de barro intermináveis, que nunca passaram pela humilhação de tentar usar o celular mais de 50 vezes e não conseguir, só para dizer: - Mãe eu estou bem! Que não sabem o que é pagar energia de motor a diesel, que é de auto custo e uma merda e outros tantos problemas que eu poderia passar dias aqui recitando e não conseguir finalizar. O que mais me entristeceu foi assistir a entrevista de uma senhora de vestes humildes numa periferia de Belém, nossa capital, num bairro que não vale a pena citar o nome, mas vale dizer que é feio e fedido, o repórter perguntou: - A senhora é a favor da divisão do nosso Estado? Ela respondeu: - Mas quando? Queres dividir nossas riquezas! Eu me perguntei: - Que riqueza essa senhora tem? Ela nasceu no Pará, a cara e o sotaque não nega, mas o Pará não nasceu pra ela.
Na verdade o Pará nasceu para poucos, e minha cidade também vem negando o nascimento aos seus filhos, mais uma Eleição se aproxima e o caos segue em frente com a mesma tranquilidade de sempre...
Na verdade o Pará nasceu para poucos, e minha cidade também vem negando o nascimento aos seus filhos, mais uma Eleição se aproxima e o caos segue em frente com a mesma tranquilidade de sempre...
Creio que esse é o sentimento de todos os Santanense de nascimento como eu e vc ou de coração como muitos outros, sentimos na pele esse total abondono em meio do caos que virou nossa cidade. Quando eu era jovem me orgulhava de ser Paraense pois tinha o romantismo enveredados em minhas entranhas hoje me sinto como uma filha renegada pelo o pai e pela a mãe, esse estado omisso em a Santana do Araguaia.
ResponderExcluira noite vamos para escola jorceli as 7 e dificilmente terá aula depois do intervalo, falta professor, falta animo,...
ResponderExcluirEstá cada dia mais difícil viver aqui!!! (Educação então...)
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